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Quero continuar existindo nesta casa pequena, com esta vida amena e esses quadros cafonas na parede...
A minha rede é este horizonte aveludado, onde me deito quieto, calado, e fico escutando a voz do vento quando ele passa assanhado.
O meu perfume é o de brisa do mato... Só uso quando visto o lume das estrelas, e saio para brincar com os astros.
O resto é sonho.
A.J. Cardiais 03.11.2010
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Poeta
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Tudo que me resta, é esperar o fim da festa, o fim do dia o fim do ano...
Tudo que me resta, é a porta aberta, eu sair para passear e não mais voltar...
Tudo que me resta, é esse pedaço de vida que ainda tenho que aguentar enquanto a morte não me levar.
A.J. Cardiais 17.11.2010
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Poeta
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Chego em casa com a sensação do dever cumprido. Materialmente, tudo em paz...
Toda a grana recebida já foi desfolhada... E o que restou? Nada.
A minha distração agora, será a poesia.
Entrego-me poeticamente a desnudar palavras e ideias.
A.J. Cardiais 01.12.1990
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Poeta
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Não tenho emoção controlada. Não sou parnasiano. Sou um paisano de alma abençoada.
Solto na poesia uma ideia rimada, porque minha alegria é assim: ritmada.
Visto-me de soneto, não para ser perfeito. Visto-me por admiração.
Adoro esta construção: quatro, quatro – três, três. É disso que eu sou “freguês”.
A.J. Cardiais
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Poeta
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Quatro paredes me dizem: Boa noite! Mas o som da vida lá fora, me deixa inquieto...
Será que eu não presto? A vida deve ter raiva de mim... Senão, por que ela age assim?
Eu, com tanta vida dentro de mim, fico assistindo ela passando e se divertindo com um monte de gente vazia...
Eu, que vivo me preocupando em saber qual é a dela; Que vivo procurando um sentido para ela, estou aqui, na janela,
Vendo ela se divertindo com pessoas que nunca se preocuparam com ela.
A.J. Cardiais
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Poeta
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Num sonho, vem você... Linda como quê! Chuva esparramada de sol.
E me beija, e brilha, fazendo meu sentimento endoidar de amor.
É tudo sonho, beijo, ilusão... Chuva a magoar meu coração.
Se quero te ver, tenho que adormecer para viver este sonho lindo.
A.J. Cardiais
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Poeta
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Estou em crise... Não sei escrever tecnicamente, como muita gente faz. Eu escrevo para ficar em paz.
E só escrevo inspirado. Preciso ser provocado, preciso estar comovido, preciso ser induzido...
Às vezes eu me provoco. Às vezes eu me toco, e tento caminhar sozinho...
Mas a poesia é flor e o poema é o espinho. E no meio do caminho, eu topo na pedra da dor.
Então, abandono meu intento e vou buscar alimento nos livros de algum autor.
A.J. Cardiais
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Poeta
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Não tente entender-me, pois nem eu me entendo... Às vezes vou à luta, outras, me rendo.
Às vezes sou força bruta, outras, só diplomacia... Às vezes minha face oculta transparece na poesia.
A.J. Cardiais
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Poeta
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